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terça-feira, 19 de dezembro de 2017

Das mil caras aos mil gestos: os atores "marciais" de hoje em dia...


Charlize Theron em cenas de ação de "Atômica"

Determinados atores do cinema mudo se aprofundaram na habilidade de criar personagens, isto é, na arte da caracterização. E alguns faziam dela o seu verdadeiro modo de vida. Toda a carreira de Lon Chaney (1883-1930), por exemplo, se transformou num slogan hollywoodiano feito em carne e osso. O título da biografia dele filmada em 1957 tinha exatamente esse rótulo quase inumano: 
O Homem das Mil Caras

Mas ele já tinha se afastado do cinema que adotara o som como indispensável. Chaney continuaria usando a coroa de maior ator característico do cinema mudo. Mesmo assim, com a invenção do cinema falado ele tentou renovar o seu slogan para “o homem das cem vozes”. 

No único filme sonoro que ele fez, que foi Trindade Maldita de 1930, Lon Chaney interpretava um ventríloquo de circo.

Após essa introdução na qual o som já antecipa o gênero do filme, fato é que o cinema procurava corporificar, ou seja, filmar a ideia de alguém capaz de fazer... não exatamente mil caras, mas mil gestos. Gestos em movimento, todos diferentes uns dos outros e com a câmara desenhando cada uma das tomadas. Isso passou a acontecer no começo dos anos 70 com os sucessos do lutador Bruce Lee.

Mais tarde esse projeto ao mesmo tempo artístico e corporal deu origem às personagens de Claude Van Dame, Dwayne Johnson e Vin Diesel. Ou seja pancadaria em lugar de estilo: um coquetel de Kung Fu, esteroides e caratê... Conforme talvez classificasse a professora Adriana Vaz, um “design de aparência” fadado a perder em potência muscular mas a ganhar em sensibilidade, técnica e intuição. 

A propósito, muito apreciado nos cinemas, esteve Atômica, filme no qual Charlize Theron faz uma versão de guerreira mais agressiva e mais ambígua do que aquela gladiadora que Mila Jovovich apresentou em Resident Evil
O diretor de Atômica chamase se chama David Leitch e hoje é o maior especialista americano em dirigir stunts, ou seja, os extras para as cenas perigosas. Em outras palavras, um dos poucos profissionais habilitados em passar para o cinema a liberdade visual e narrativa dos quadrinhos.

De fato, no mundo das heroínas femininas, onde Angelina Jolie e Marion Cottillard praticam pugilato, parece que o tempo da delicadeza está se encerrando...


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