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domingo, 12 de novembro de 2017

Daniela Thomas, diretora consagrada com Linha de Passe, lança seu novo filme: Vazante



Cena de Vazante

Vazante de Daniela Thomas será lançado em São Paulo. Depois de ser indicado para o prêmio de melhor do último Festival de Berlin, finalmente um filme gerado pelo próprio cinema brasileiro chega até nós. E chega carregado de elogios e indicações positivas. Foi filmado da localidade de Serro em Minas Gerais. Mas a diretora do filme Daniela Thomas nasceu no Rio de Janeiro e é filha do cartunista Ziraldo. A partir de 1980 ela foi fazer teatro em Nova York. 

Voltando para o Brasil ela se associou a Walter Salles, para dirigir filmes como Terra Estrangeira (1996) e Linha de passe (2008). Este que deu a Sandra Corvelloni o prêmio de Melhor atriz em Cannes. Para a diretora Daniella Thomas, Vazante também teve como fonte inspiradora outros filmes, como 2001 Uma Odissséia no Espaço, de Stanley Kubrik, e Vidas Secas do paulista Nelson Pereira dos Santos, principalmente “pelo fato de ser um drama que não precisa de palavras para ser narrado”. 
A língua portuguesa ocupa um lugar primordial na estrutura do filme. A primeira frase pronunciada na trilha sonora é gritada em português lusitano, que o ator lisboeta Adriano Carvalho deve ter pensado num idioma falado antigamente. De fato em sua terra, mas lá no século 19. Em seguida, vemos o primeiro conflito individual entre ele e o líder de seus escravos recém-comprados no mercado. Tratava-se aí um confronto linguístico: o patrão não entendia a língua falada pelo africano e que nenhum dos demais da fazenda conseguia decifrar. 

A partir daí, os conflitos se manifestam sem parar: separando todos de, cada um, de todos os demais... Os dois irmãos que disputam uma propriedade... O capataz que odeia, despreza e ao mesmo tempo bajula o patrão com promessas de produzir alimento... O que era loucura, numa economia de mineração e raríssima agricultura

Num texto assinado, a produção de Vazante indica uma posição individual de onde pode-se ver o filme. Existe a presença de um anjo: uma criança de 12 anos obrigada a se casar com um homem de 45. Desesperado pela morte da 1ª mulher e do filho, ele não dá atenção à sua nova esposa, que ainda era uma criança. Um texto que não está no filme, mas é assinado pelo produtor diz o seguinte dos personagens: “cada um foi deslocado da sua casa original e forçado a coexistência com outros.” Em outra palavras, os portugueses estavam presos à escravidão... assim como também os escravos. 

Por exercer o direito de fazer o próprio filme, um filme de cinema, e não aquele que outros em seu lugar talvez preferissem, Daniela Thomas pagou certo preço. Mas deixou outro recado na sinopse promocional do filme: “As correntes inferiores de violência e preconceito que ainda afligem o Brasil de hoje, aceleram a inevitável tragédia que, por sua vez, anuncia as marés das mudanças.”

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