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quinta-feira, 5 de janeiro de 2017

Retrospectiva Cinema Brasileiro | "Reza a Lenda" retoma o cinema sertanejo


Cauã Raymond e Luiza Arraes em cena pelo filme de Homero Olivetto

Décadas após o auge do cinema novo, em que obras como “O Dragão da Maldade” de Glauber Rocha, “Vidas Secas” de Nelson Pereira dos Santos, e “Os Fuzis” de Ruy Guerra serviam de parâmetro, o cinema brasileiro demonstra a vontade de retornar aos filmes rurais. 
Até na produção de Pernambuco, que parece dar preferencia explícita ao universo urbano, manifestam-se enredos fincados no agreste, como é o caso de “História da Eternidade” de Camilo Cavalcante, “Baixio das Bestas”de Claudio Assis e “Árido Movie” de Lírio Ferreira. Portanto, percebe-se no ar um clima de faroeste caboclo, que se apossa de novas produções como a aventura "Reza a Lenda", dirigida pelo paulista Homero Olivetto, filho do publicitário Washington Olivetto.
Neste seu longa de estreia como diretor, ele coordena um grupo de roteiristas encarregado de dar forma às lembranças transmitidas pelo avô nordestino. Nessa linha ele trabalhou com a ideia de um grupo de órfãos que se reúne em torno de uma lenda, sobre a imagem de uma santa que teria o poder de provocar chuva. Em lugar de cavalos, eles se locomovem em motocicletas, numa trama rodada em locais como Petrolina, Juazeiro do Norte e Sobradinho
 mas sob a evidente inspiração de Mad Max.

A fotografia nada tem a ver com o saudoso branco e preto de “Deus e o Diabo na Terra do Sol” e recorre até à sofisticação dos drones para registrar as inigualáveis paisagens nordestinas. Por trás de tudo, temos o espírito das novelas de TV baixado nos diálogos dos atores – todos competentes, mas em sua maioria falando com aquele sotaque globo-nordestino que todos conhecem. A história de Reza a Lenda procura retomar a importância do misticismo herético e fetichista como contra parte, e também como complementação dos conflitos sociais, da fome e da violência no sertão brasileiro.

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