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quinta-feira, 19 de janeiro de 2017

Park Chan Wook volta às telas com mais uma obra prima: "A Criada"


Kim Min-hee (à direita) e Kim Tae-ri (esquerda) vivem aristocrata e criada

Em 2003, o jovem diretor sul coreano Park Chan Wook tornou-se uma celebridade mundial com o filme “OldBoy”. Ele tinha apenas 40 anos e mostrou ao mundo a força do cinema que se fazia naquele cantinho do planeta. Formado em filosofia, paradoxalmente ele desenvolveu um estilo marcado pela violência física e moral.
Apesar de ter uma clara ligação com a clássica história de O Conde de Monte Cristo, de Alexandre Dumas, o roteiro de “OldBoy” se baseava num mangá, ou seja uma HQ japonesa de Garon Tsuchiya e Nobuaki Minedishi. Na verdade, trata-se de uma narrativa de alcance internacional, tanto assim que foi refilmada pelo cinema americano, com direção de Spike Lee.

No último Festival de Cannes, seu filme mais recente “A Criada” concorreu à Palma de Ouro, mas ganhou o prêmio de Direção de Arte, além de outros 44 troféus internacionais – além de melhor filme pelo público da Mostra de Cinema de SP. De fato, tanto o diretor quanto “A Criada” parecem reiterar as suas raízes internacionais. O roteiro se baseia numa novela escrita no País de Gales por Sarah Waters e é ambientada na Coreia em 1930, durante o período em que aquele país era dominado pelo Japão.

A dualidade cultural é enfatizada pela cenografia porque tudo se passa na mansão de um milionário coreano obcecado pela Inglaterra e pelo Japão. Por isso o palácio tem duas partes: uma de arquitetura britânica e outra de estilo Japonês. O filme também se acha dividido em duas partes, seguidas de uma terceira que funciona como epílogo. Na primeira, a história é narrada por Sook-he, uma jovem órfã que vive com um grupo de ladrões e vigaristas e se torna criada de Hideko. Ou seja, assistimos à trama tal como é vivenciada por essa personagem.



A criada, vivida por Kim Tae-ri

A exemplo do clássico “Rashomon”, de Kurosawa, na segunda metade quase não há narração, e tudo o que foi visto na primeira é mostrado novamente, tal como de fato teria acontecido. Ou seja, como foi presenciado pela dona da mansão: uma jovem japonesa chamada Hideko. Apesar de ser uma abastada proprietária, toda a sua fortuna é controlada por um tio, pervertido e autoritário. O drama tem início quando um farsante que se apresenta como o Conde Fujiwara contrata a jovem Sook-he para com ele executar um plano mirabolante.

A criada deveria ajudar o falso conde a seduzir a herdeira e casar-se com ela. Em seguida o casal fugiria do país e o farsante prenderia a herdeira num hospício para se apossar de sua fortuna. As duas partes em que se divide o filme, aliás, servem justamente para nos mostrar que as coisas não acontecem exatamente como o planejado, em mais esta obra prima de Park Chan Wook.

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