Encontre o que precisa buscando por aqui. Por exemplo: digite o título do filme que quer pesquisar

quarta-feira, 21 de dezembro de 2016

Filme de Matheus Souza mostra que há esperanças para a comédia nacional


Fábio Porchat (esq.) e Leandro Soares (dir.) em cena do longa

Logo nas primeiras imagens e diálogos do filme, já se escutam as primeiras gargalhadas. Isso não determina, mas indica para a comédia “Tamo Junto” que se inicia uma possibilidade de acerto. Os momentos seguintes mostram-se ainda mais promissores. É quando os tipos principais do enredo começam a ser apresentados: um rapaz simpático e boa pinta, mas incompetente por inteiro, e seu amigo de infância. Esse então uma nulidade completa, que tem aquele garotão como ídolo e modelo de virilidade. Não estamos falando da dupla Jerry Lewis e Dean Martin, mas de comediantes brasileiros da nova geração.

E essa nova dupla é formada pelo digamos... “galã” Leandro Soares e pelo clow e também diretor do filme Matheus Souza. Esse então é uma figura notável porque, além de ser naturalmente engraçado, é capaz de elaborar um texto cômico e inteligente, em especial por evitar clichês e lugares comuns. Aliás, a comparação com Jerry Lewis não se aplica inteiramente, porque o humor de Matheus Souza é mais verbal do que físico. Ele faz o tipo do sujeito inadequado ao mundo real: um nerd de quase 30 anos que ainda guarda os videogames com os quais brincava na infância.


Em 2008 Matheus teve um sinal claro de reconhecimento, quando o seu trabalho “Apenas o Fim” ganhou o prêmio de melhor filme pelo júri popular no Festival do Rio. Ou seja, teve a aprovação de um público bem volumoso. E em seguida, trabalhando com Domingos de Oliveira em “BR 716”, recebeu do mestre um elogio igualmente de peso. Para Domingos, Matheus é o melhor ator e autor de sua geração. A propósito há vários elementos comuns entre “Tamo Junto” e o último filme de Domingos,  que é “BR 716”.

Matheus Souza, Alice Wegmann, Sophie Charlotte e Leandro Soares formam o elenco


Se nos anos de 1960, Domingos de Oliveira se valia do encanto de Leila Diniz, Matheus investe na beleza e na comunicabilidade de Sophie Charlotte. Ao lado dela, aliás, ele começou a carreira ainda muito jovem no Teatro Tablado. A propósito, a atuação de Matheuz lembra um pouco a de Woody Allen, no começo da carreira, e a de Paulo José, em clássicos como “Todas as Mulheres do Mundo”. Ambos os filmes giram em torno do apartamento dos pais, em que os personagens aprontam as peripécias que fazem o roteiro do filme. Em resumo: há esperança para a comédia brasileira.

Nenhum comentário: