Cate Blanchet (esquerda) e Sally Hawkins (direita) roubam a cena no longa de 2013
Como continua em cartaz o novo filme de
Woody Allen, “Café Society”, comentaremos alguns filmes recentes do
diretor. Hoje falaremos do notável “Blue Jasmine”, filme em que Allen trabalha
como roteirista e diretor.
Com este projeto, ele mostra ter recuperado aquele vigor dramático que parecia
ter esmaecido desde 2005, com “Ponto final - Match Point”. E, o que é
importante, sem desperdiçar a potencialidade humorística, melhor dizendo
irônica e sarcástica, que ele vinha acumulando com “Tudo Pode Dar Certo” (2009)
e “Você Vai Conhecer o Homem dos seus Sonhos” (2010).
Jasmine é o nome da personagem
magnificamente interpretada pela australiana Cate Blanchet, que com este
trabalho ganhou o Oscar de 2013, ainda que seja mais conhecida agora como a
princesa Galadriel de “Senhor dos Anéis”. Ao receber o prêmio, ela declarou que
este papel é a síntese de tudo o que ela fez no teatro e no cinema. O pano de
fundo é a mais recente crise financeira americana que revelou as falcatruas
armadas por vários empresários.
Jasmine é brilhantemente interpretada por Cate Blanchet
Esse é caso do marido da protagonista vivido pelo melífluo Alec Baldwin. Esse pilantra perde tudo e ela se encontra na miséria de um dia para outro. Então a ex-milionária nova-iorquina vai morar em São Francisco com a irmã garçonete, que é o papel da prodigiosa humorista inglesa Sally Hawkins (de “Simplesmente Feliz”). Esse é um momento de franca comicidade, acentuada pela escalação de bons comediantes - como Michael Stuhlbarg, que vimos no papel principal de “Um Homem Sério” dos irmãos Cohen.
Ocorre que o diretor se mostra implacável para com essa granfina de “Blue Jasmine”, que não consegue se adaptar ao mundo real. Por causa dessa característica, a obstinada socialite vai passando de figura cômica para trágica, mesmo que em função da elegância e da fragilidade psicológica, ela consiga conquistar a simpatia de qualquer plateia em “Blue Jasmine”,
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