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segunda-feira, 5 de setembro de 2016

Ben-Hur e suas três gerações de adaptações cinematográficas


A icônica cena da corrida de quadrigas na adaptação de 2016

Como o filme do momento em nosso mercado ainda é o bíblico Ben-Hur, regressamos um pouco ao tempo em que Cecil B. DeMille ainda era considerado o latifundiário da Bíblia. Desde a 1ª década do século ele vinha fazendo vários épicos históricos de linha religiosa, dos quais o tipo ideal seria “Os 10 Mandamentos”, que teve duas versões por parte dele: a 1ª em 1923 e outra em 1956. Além destas, “Ben Hur” também teve outra adaptação: a de 1925, dirigida por Fred Niblo.
Esta só chegou ao Brasil em 1927 e ficamos sabendo dela, por meio de uma crítica assinada pelo poeta Guilherme de Almeida no jornal O Estado de São Paulo. Naquele tempo, os filmes demoravam no mínimo dois anos para chegar à nossa Cinelândia, depois de terem sido lançados na matriz. Guilherme de Almeida elogiou muito a tradução do livro criado pelo escritor e general Lew Wallace. O crítico costumava considerar a adaptação para o cinema como um “ato de tradução”. A propósito, a de Ben Hur foi considerada por ele um filme muito melhor, do que aquele que foi “Os 10 Mandamentos” de Cecil B De Mille.
 
Para o nosso crítico e também apelidado de “príncipe dos poetas”, um dos pontos mais dignos de elogio foi o fato da figura de Jesus Cristo não ter sido mostrada por inteiro, como aconteceu nesta produção de 2016, no papel de Rodrigo Santoro. Se ainda estivesse entre nós, é possível que Guilherme de Almeida continuasse preferindo a imagem do Cristo, apenas insinuada, à sua empenhada caracterização por parte de Rodrigo Santoro.
De modo geral, a encenação atual do diretor russo Timur Bekmambetov se mostra satisfatória, sem os exageros arquitetônicos de alguns recentes blockbusters de época. Ainda que aquele cineasta abuse um pouco da câmara na mão. Isso porque esse recurso combina mais com uma cena urbana e atual do que com uma filmagem ambientada na época de Cristo.

As passagens mais simbólicas e empolgantes, assim como era desde os anos de 1925, continuam sendo a cena das galeras romanas – onde o herói esteve preso – e a corrida de quadrigas, em que ele competia com seu inimigo Messala. Para a análise de Ben-Hur, fica o emprego dessa obra tão importante para a história do cinema e da sua atividade crítica que é a antologia dos artigos de Guilherme de Almeida publicados entre 1926 e 1942 no jornal O Estado de São Paulo. 



Os cartazes das "três gerações" de Ben-Hur, da direita à esquerda: 1925, 1959 e 2016

Um comentário:

Unknown disse...

Para mim o melhor filme foi o que teve Morgan Freeman no elenco. Lembro dos seus papeis iniciais, em comparação com os seus filmes comedia atuais, e vejo muita evolução, mostra personagens com maior seguridade e que enchem de emoções ao expectador. Também desfrutei muito sua atuação no filme Apenas o Começo, cuida todos os detalhes e como resultado é uma grande produção e muito bom filme. Se ainda não tiveram a oportunidade de vê-lo, eu recomendo.