Este é o longa de estreia da jovem Julia Zakia, há pouco tempo formada pela
USP, mas já conhecida em vários festivais, por força de seus curta-metragens. O
roteiro se inspira na tradição dos ciganos e realiza uma curiosa transposição
da história da Condessa Bathory, da Hungria do século XVI, para o interior do
Brasil. Para isso ela contou com o apoio de dois veteranos, verdadeiros mestres
da arte cinematográfica: a montadora Idê Lacreta, de “A Hora da Estrela” e o
fotógrafo Adrien Cooper, do clássico “Chapeleiros”, esse um profissional que
agora completa 70 anos.
Julia Zakia é também uma das atrizes principais de Rio Cigano e surpreende
também pela habilidade em filmar grandes grupos de figurantes em movimento,
como sabiam fazer os craques de antigamente, como Lima Barreto de “O
Cangaceiro”. Reunindo alguns grupos de ciganos, ela recriou toda uma tribo em
deslocamento pelo sertão do Brasil, numa época e num lugar indefinidos.
Ao atravessar uma fazenda, eles deparam com uma misteriosa condessa que vive
reclusa num casarão, onde pratica rituais demoníacos envolvendo o sangue de
jovens mulheres. A personagem de Julia é uma menina cigana raptada pelos
capangas da Condessa, mas que é poupada para servir como criada. O filme já foi
aplaudido em Festivais como Viña del Mar, Rio de Janeiro e Tiradentes.
Competência ele já mostrou. Agora vai precisar de sorte, porque, com um mínimo
de recursos para a sua divulgação, “Rio Cigano” chega a São Paulo, que é o
maior circuito de cinema do país.
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