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quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

"Reis e ratos" será lançado em 17 de fevereiro, com Selton Mello e Rodrigo Santoro

Ainda que isso não signifique um tipo de elogio, “Reis e Ratos” é uma prova de que o chamado “cinema marginal”, ou “de invenção” fez escola no Brasil. Até o dia 12, aliás, prossegue no CCBB uma mostra chamada “Jairo Ferreira – Cinema de Invenção”, cujo título é uma homenagem ao crítico paulista que se engajou naquele movimento desenvolvido nos anos 1960 e 70, como uma reação ao cinema novo, que realizara uma espécie de pacto com a ditadura e tinha, de certa forma, se assenhoreado da Embrafilme. Alguns dos diretores daquele ciclo como Rogério Sganzerla, Neville de Almeida e principalmente Ivan Cardoso são citados explícita e veladamente ao longo deste filme dirigido por Mauro Lima, que fez o bem resolvido e biográfico “Meu nome não é Johnny” (2008). Desta vez ele cria uma paródia dos acontecimentos anteriores ao golpe militar de 1964, por meio de duas figuras que parecem ter saído de um gibi underground. São dois agentes da CIA trabalhando para derrubar o governo com o apoio do embaixador dos EUA (Hélio Ribeiro), mais um latifundiário mineiro (Orã Figueiredo), e um ex-cafetão (Rodrigo Santoro).

Eles são Selton Mello e Otávio Muller que falam igualzinho aos personagens de enlatados americanos, com o mesmo fraseado e uma entonação idêntica. A maior parte do filme inclusive é filmada em branco e preto, com diálogos e trilha sonora gritantes, talvez para ampliar as referências aos seriados de TV daquela época e ao estilo trash do cinema marginal. Mas, com exceção do trabalho dos atores Orã Figueiredo e Otávio Muller, que se impõe por conta própria, o projeto não decola, derrapando no humorismo forçado, nas confusões da narrativa e em personagens sem sentido nem fundamento, como o de Cauã Reymond – um radialista que transmite recados mediúnicos durante a locução dos próprios programas. O filme será lançado pela Warner e Globo filmes, no dia 17 de fevereiro, com produção de Paula Lavigne e canção original de Caetano Veloso, cantada por Bebel Gilberto. O resultado é uma comédia apenas regular, parecendo dizer – já que não se sabe tudo sobre aquela época conturbada, então podemos inventar qualquer disparate sobre ela.

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