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domingo, 30 de outubro de 2011

Selton Mello brilha como ator, roteirista e diretor em seu segundo filme: "O Palhaço"

Este segundo filme dirigido por Selton Mello vem colhendo prêmios em todos os festivais por onde tem passado. Em conseqüência, alguns comentaristas já estão torcendo nariz para o sucesso desse rapaz que, além de freqüentar o horário nobre da Globo, parece não estar interessado em montar um laboratório cinematográfico para discutir problemas sociais contemporâneos. Seu filme “O Palhaço” pertence a um cinema atemporal, que emprega como matéria básica sentimentos e relações humanas que não possuem data de nascimento e nem comprovante de residência.
A prova é que, dentro dele, é possível pinçar referências ao cineasta caipira Humberto Mauro e ao internacional Charles Chaplin, por meio de um personagem triste que se acha obrigado a fazer rir. A partir daí, essa matriz se enriquece com elementos de “Gaviões e Passarinhos”, em que Pior Paolo Pasolini imaginava uma dupla de pai e filho (Totó e Nino Davolli) vagando por uma Itália tão metafísica quanto este interior de Minas Gerais, pelo qual perambula um circo mambembe com o emblemático nome de Esperança. O proprietário é o também palhaço Paulo José numa atuação comovente. E, em vez do policial que Carlitos sempre ridicularizava, aparece Moacir Franco, na pele de um delegado que inverte as posições e humilha os pobres empregados do circo à beira da ruína.
Há também um eco de Fellini, na música circense que ele encomendava a Nino Rotta e que desempenha uma função muito marcante na narrativa deste filme. Destaca-se a competência desse cineasta que, antes de completar 40 anos, dirige atores com a habilidade de um veterano, conseguindo surpreendente uniformidade nas atuações de profissionais tarimbados e intérpretes iniciantes. E acima de tudo, montando um fascinante painel visual desse interior brasileiro no qual beleza e pobreza não se excluem mutuamente.


O PALHAÇO
Brasil, 2010, 90 min, 10 anos
ESTREIA 28 10 2011
gênero comédia
Distribuição Imagem filmes
Direção Selton Mello
Com Selton Mello, Paulo José,
Jackson Antunes, Jorge Loredo, Moacir Franco
COTAÇÃO
* * * *
Ó T I M O

Um comentário:

Enaldo Soares disse...

Eu devo ser uma das poucas pessoas que não leva o cinema brasileiro a sério e que tem coragem de dizer que não gosta dele. Vi este filme por quinze minutos, achei as piadas tão ruins quanto em "Bom dia, Vietnã". É um filme tão ruim quanto qualquer coisa dos Trapalhões e a maioria do cinema brasileiro.

Sempre aquela coisa de fingir que ama os pobres, os excluídos,os mambembes, estética de filmes de domingo à tarde na Globo.