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quinta-feira, 31 de março de 2011

Pelo menos um cinema em cada cidade! E muitos animadores como Carlos Saldanha!

Além de apoiar a produção de filmes, o estado brasileiro também tem o dever de estimular as outras duas pontas da atividade cinematográfica, ou seja, a exibição e o ensino de cinema. Em novembro de 2009, o Governo Federal anunciou a meta de inaugurar 600 salas de cinema em quatro anos. As medidas para expansão do parque exibidor do país, no entanto, não conseguem decolar. O projeto "Cinema da Cidade", voltado para municípios com população entre 20 mil e cem mil habitantes, ainda não teve orçamento aprovado no Congresso para a construção de uma única sala. Já o "Cinema Perto de Você", para cidades com mais de cem mil habitantes, deu origem somente a um espaço, com seis salas, na Zona Oeste do Rio. Além disso, a Medida Provisória de desoneração fiscal para o setor, que era um dos esteios do programa "Cinema Perto de Você", não foi votada a tempo pelo Legislativo e expirou. Isto é, das 600 salas sonhadas, só se construiu seis. Para a outra ponta, a do ensino (leia-se formação de mão-de-obra), o MinC reconhece que o Brasil tem uma grande demanda na área da animação, porém faltam cursos para preparar futuros profissionais. Essa demanda deverá aumentar a partir da semana que vem com o lançamento de "Rio" em mil salas de cinema no país, exibindo o triunfo de Carlos Saldanha, um animador carioca que arrasou em Hollywood. Em função disso, planeja criar uma escola de formação em animação no primeiro semestre de 2012. O investimento inicial e o espaço onde funcionaria a escola será por conta do governo. Mas depois ela será mantida por empresários do setor. Esse local será a Cinemateca Brasileira (foto acima), ali na Vila Leopoldina. Vamos aguardar...

S E R V I Ç O: quatro estréias, em que atores e personagens valem mais que os filmes

Finalmente estréia o esperado “As Mães de Chico Xavier” (foto acima), dirigido por Glauber Filho e Halder Gomes – os mesmo responsáveis por “Bezerra de Menezes”, o título que deu origem a este ciclo de filmes ligados à doutrina espírita e que se acha atualmente em voga. Apesar do elenco afiado e da narrativa que comove, ela não é tão bem narrada quanto o Chico Xavier, feito por Daniel Filho em 2010. Com as quatro estréias desta semana, mais uma vez o docudrama tem chance de ser a melhor opção. Falo de “A Última Estação” (foto abaixo), um filme sobre os últimos dias do escritor russo Leon Tolstoi. O elenco é primoroso. Paul Giamatti, Helen Mirren e Christopher Plummer, no papel do romancista que, apesar de sua doutrina de pobreza, acumulou uma imensa fortuna e 13 filhos, frutos de uma vida de hedonismo. Um desafio, portanto, para a competência do diretor Michael Hoffman, de quem já vimos uma bela versão de “Sonho de Uma Noite de Verão” (1999) de Shakespeare. Temos ainda “Fúria sobre Rodas”, uma aventura de terror com Nicolas Cage que, ultimamente tem se especializado numa linha trash, como é o caso deste filme dirigido por Patrick Lussier, da série “Pânico”. Desta vez ele enfrenta uma seita praticante de magia negra. O bom elenco de “Uma manhã gloriosa”, contando com Harrison Ford e Diane Keaton, parece não ser suficiente para garantir o interesse nessa comedia romântica dirigida pelo sul-africano Roger Michell e ambientada no universo do jornalismo da TV norte-americana.

terça-feira, 29 de março de 2011

"É proibido Fumar" foi o filme que a presidente escolheu para assistir no palácio.

Na semana passada, a presidente da republica convidou 50 mulheres de um modo ou de outro ligadas ao cinema para assistir em Brasília "É Proibido Fumar", de Anna Muylaert. Pelas fotos, a jornalista Maria do Rosário identificou Eliane Caffé ("Sol do Meia Dia"), Tizuka Yamasaki ("Gaijin"), Ana Carolina ("Mar de Rosas"), Daniela Thomaz ("Linha de Passe"), Lúcia Murat ("Quase 2 Irmãos"), Sandra Werneck ("Pequeno Dicionário Amoroso"), Alice Andrade ("Memória Cubana"), Carla Camurati ("Carlota Joaquina"), Lucélia Santos ("Timor Lorosae"), Marina Person ("Person"), Lina Chamie ("Tônica Dominante"), Betse de Paula ("Celeste & Estrela"), Mara Mourão ("Doutores da Alegria") e Lili Fonseca ("Frankenstein Punk"). Teve mais gente que não saiu nas fotos... Pra quem não viu "É Proibido Fumar" nos cinemas, vale pegar o DVD, porque essa diretora paulista tem sutileza, sensibilidade, um olhar que fotografa o essencial das coisas e o talento para desenhar tipos humanos a partir dessa capacidade de observação. Mais do que personagens inventados, o que vemos na tela é gente viva, digna de atenção e de carinho porque é feita de uma matéria prima comum a todos nós. A propósito: o título é mais do que uma referência ao mundo de Roberto Carlos, assim como o roteiro é mais do que uma comédia romântica. Cada gracejo, cada ternurinha da trama já traz embutida a sua própria sombra, o seu duplo tétrico e assustador. A gente até acha graça quando alguém mata alguém sem querer... talvez querendo. No auge da síndrome de abstinência de nicotina, Glória Pires se transforma numa figura terrível de tragédia grega, que vira um bicho quando, por amor, resolve largar o cigarro. Até fura a parede do apartamento pra espionar o namorado, interpretado por Paulo Miklos. A comicidade é reforçada por vinhetas funcionais e inteligentes, como a da protagonista presa no trânsito e mostrada por uma câmara também praticamente parada. Ou como as seqüências de que participam as sempre imóveis câmaras de vigilância do prédio onde ela mora.

segunda-feira, 28 de março de 2011

"Sem Limites" conta a história de um verdadeiro "drugstore cowboy"

O tema de uma droga especial capaz de modificar as pessoas por completo foi um dos primeiros a serem experimentados pela literatura fantástica. Antes de Aldous Huxley conceber o soma, aquela pílula de felicidade que garantia o conformismo das massas em “O Admirável Mundo Novo” (1931), Robert Louis Stevenson permitia que um médico se transformasse em monstro (“Dr Jeckill e Mr Hide” – 1886). Bem depois disso Philip K. Dick também trilhou esse mesmo caminho em obras como “A Scanner Darkly” (“O Homem Duplo”, filmado em 2006). Mas o que identifica o roteiro de “Sem Limites” é o fato da droga NZT consumida pelo personagem central não alterar fundamentalmente a personalidade do usuário, e apenas torná-lo monstruosamente mais inteligente. Nem caberia a palavra “apenas” nesta frase, porque o protagonista – interpretado por Bradley Cooper (“Se Beber não Case”) com o luxuoso auxílio de Robert De Niro como coadjuvante – se diferencia do resto da humanidade, mais ou menos como um humano dos chimpanzés. O diretor Neil Burger (“O Ilusionista” – 2006) procura descrever visualmente essa transformação, com uma computação gráfica que penetra no sistema nervoso do personagem. No entanto é mais feliz no aspecto dramático do filme, ao trabalhar com suas fragilidades, que paradoxalmente se ampliam enquanto ele vai se tornando cada vez mais poderoso e bem sucedido. Essa linha poderia se prolongar pelo filme todo, se este não fosse um produto Hollywoodiano, no qual quase todo o herói acaba recorrendo àquele traço de cowboy capaz de salvá-lo no último minuto. SEM LIMITES

The Dark Fields

EUA - 2011 – 105 min. - 12 anos estreia 25 03 2011

Gênero Fantasia / Ação / Suspense

Distribuição: Imagem filmes

Direção Neil Burger

Com Robert De Niro, Bradley Cooper

COTAÇÃO

* * *

B O M

Além de veículo para Wagner Moura, "Vips" é um belo filme, uma boa surpresa

Por mais que se insista no inusitado da história, o conteúdo de “Vips” impressiona menos do que o modo como é narrada. Não adianta pensar no personagem de Wagner Moura como uma espécie de Pedro Malasartes atual, nem evocar o verso de Fernando Pessoa (“o poeta é um fingidor... finge tão completamente, que chega a fingir que é dor, a dor que deveras sente”). A astúcia do diretor Toniko Melo, da excepcional série global “Som e Fúria”, reside em ir juntando os tijolos de uma construção dramática, sem nos revelar previamente a maquete do projeto que pretende nos mostrar. Dessa forma, somos apresentados a um moleque feioso e desajeitado, sem um pingo de humor ou qualquer outro traço que possa despertar simpatia ou compaixão. Seu desajuste nem se explica pela convivência com a mãe (Gisele Fróes), ainda que insinue alguma coisa mal resolvida em seus encontros com o pai – um piloto de avião (Norival Rizzo) que aparece sempre fardado. Resumindo essa trajetória, o rapaz foge de casa e, depois de aprender a voar num aeroclube clandestino em Goiás, vai trabalhar para um traficante paraguaio, que acaba adotando como segundo pai. O personagem começa a se tornar interessante quando, mesmo já integrado no mundo do crime, preserva certa inocência e algum senso de moral – pelo menos em relação ao chefe da quadrilha em que milita e cujo ator (o argentino Jorge D’Elia - NA FOTO ABAIXO) foi premiado como co-adjuvante junto com Wagner Moura, no Festival do Rio. Realmente um ator de talento, ele revela tudo isso com sinceridade e economia de recursos, compensada por uma cena em que exibe seus supostos dotes de cantor de rock. O mistério em torno dele e do pai biológico vai aumentando, enquanto o rapaz parece acreditar nas falsas identidades que assume. Em especial na do perigoso marginal Carrera, um bandido perigoso, procurado até pelo FBI. E no empresário Henrique Constantino, em cujo papel chegou a ser entrevistado em rede nacional de TV, durante um carnaval de Recife. A assim vai surpreendendo, à medida que passa de bufão a herói – justamente no momento em que se acha no fundo do poço.

VIPS

Brasil - 2011 – 98 min. - 12 anos

estreia 25 03 2011

Gênero docudrama / biografia / crime

Distribuição Paramount

Direção Toniko Melo

Com Wagner Moura, Gisele Fróes,

Juliano Cazarré, Jorge D'Elia

COTAÇÃO

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B O M

sábado, 26 de março de 2011

S E R V I Ç O! Nos lançamentos da semana, três personagens fingem ser o que não são

Nesta ½ dúzia de filmes que estréiam nesta semana, novamente um título brasileiro se mostra o mais interessante: é "Vips", estrelado por Wagner Moura num papel que nada tem a ver com o Capitão Nascimento que marcou a sua carreira em "Tropa de Elite". Baseado numa figura real, ele interpreta Marcelo, um rapaz que não consegue conviver consigo mesmo, o que o leva a assumir outras identidades. Por isso ele passa a usar diversos nomes. Sua carreira de farsante chega ao ápice quando finge ser Henrique Constantino, filho do dono da empresa Gol de aviação, durante um Carnaval no Recife. Em tom de aventura e comédia, o filme é um drama triste e doloroso sobre uma personalidade fragmentada, vivida com muita competência pelo ator baiano.
De certa maneira esse também é o tema de "O retrato de Dorian Gray", mais uma adaptação bem realizada da clássica novela de Oscar Wilde, sobre o jovem libertino que faz um pacto com o demônio e deixa de envelhecer, enquanto um retrato pintado vai mostrando as marcas que o tempo e a devassidão operam sobre sua aparência. A principal atração do filme é a participação no elenco do premiado Colin Firth.
Há também o interessante filme de ficção científica "Sem Limites" com Robert De Niro na função de coadjuvante de Bradley Cooper ("Se Beber não Case") sobre um escritor medíocre que experimenta um remédio experimental e secreto que um transforma num gênio de inteligência sobre-humana.
Esse também é o gênero de "Sucker Punch - Mundo Surreal" de Zack Snyder, de "Watchman" que fala de uma moça asilada num hospício, cujos sonhos começam a se confundir com a realidade.
Estréiam também o terror japonês ATIVIDADE PARANORMAL TÓQUIO, e o drama francês a conferir FELIZ QUE MINHA MÃE ESTEJA VIVA, do veterano Claude Miller.

quinta-feira, 17 de março de 2011

"Em um mundo melhor": o mais do que merecido Oscar de filme estrangeiro

Quem só conhecia o cinema escandinavo pela via sisuda e introvertida de Ingmar Bergman poderá estranhar, mas “Em um Mundo Melhor”, Oscar de Melhor Filme Estrangeiro em 2011, impressiona pela carga emotiva com que trabalha para situar o personagem central: um médico dinamarquês que presta serviço num campo de refugiados de um país africano transtornado pela miséria e pela guerra civil.
Ao longo do filme, veremos que a diretora Susane Bier (do excelente “Depois do Casamento – 2006) não hesita em recorrer ao melodrama − recurso narrativo que, na maioria das vezes mas nem sempre, esteve a serviço de produtos de nível inferior. Neste caso, a estratégia de desenhar vários e intrincados laços afetivos envolve o protagonista numa escalada de agressividade que explode no quintal de sua própria casa. Um enganoso refúgio de tranqüilidade situado numa pacata cidade daquela nação que se acredita ser uma das mais civilizadas do planeta.
O seu filho pré-adolescente é vítima de bullyng na escola e um amigo dele resolve revidar com desmedida brutalidade. É curioso notar que naquele país parece não haver legislação especial para menores de idade e os garotos são tratados pela polícia como suspeitos comuns. Por outro lado, as autoridades − como professores, policiais e psicólogos − tentam culpar os pais pelo ocorrido. Como se o fato deles terem se divorciado pudesse explicar tudo e como se a internet e os videogames não funcionassem atualmente como fascinantes manuais didáticos de violência pura.
De volta à África, o médico, que em nome do pacifismo costumava a refutar até o princípio da legítima defesa, é confrontado diretamente com o mal em sua mais virulenta manifestação e precisa rever seus parâmetros morais. Por meio de atuações discretas e de um texto cortante e enxuto, a cineasta discute os contrastes da natureza humana, sempre oscilando entre o perdão e a vingança, ou seja, entre a capacidade de compreender ou de odiar o semelhante.
EM UM MUNDO MELHOR
Hævnen / In a Better World
Suécia/ Dinamarca – 2010 – 118 min. - 14 anos
estreia 11 03 2011
Gênero Drama / social
Distribuição Califórnia Filmes
Com Mikael Persbrandt e Markus Rygaard
COTAÇÃO
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ÓTIMO

"Rango" é uma comédia para os cinéfilos que também serve para crianças

Disfarçado de mero desenho animado, “Rango” é uma comédia feroz em que o diretor Gore Verbinski (“Piratas do Caribe”) e o roteirista John Logan (“Gladiador”, “O Último Samurai”) se divertem praticando todo tipo de crueldade com o seu personagem central: um reles e esquelético camaleão (dublado por Johnny Depp na versão com legendas) perdido nas areias de um deserto, sem água e quase nenhum inseto para almoçar. Mas sempre perseguido por uma águia faminta e dezenas de outros bichos alucinados.
É um tipo de sadismo semelhante ao que o animador Chuck Jones impunha àquele pobre coiote da série “Papa Léguas” (Road Runner) num deserto parecido, ou às maldades de Carlos Saldanha para com o desamparado esquilo Scrat, em “A Era do Gelo”. Mas é também uma brincadeira mordaz com os modos pelos quais o cinema sempre explorou os conflitos entre a natureza e os humanos e destes entre si. Por sua vez, o maestro Hans Zimmer (“Batman – O Cavaleiro das Trevas”) carrega a trilha sonora de impagáveis piadas musicais na linha dos humoristas argentinos Les Luthiers.
Há inclusive um grupo de mariachis formado por corujas que funciona como coro de tragédia grega e um cutucão no estilo de Walt Disney. A idéia central é parodiar faroestes famosos como “Matar ou Morrer” e o célebre “Bravura Indômita”. Há até a presença de uma caricatura do próprio personagem central de “Estranho sem Nome” no desenho. Aliás, Clint Eastwood e Sergio Leone são as referências mais fortes.
Há passagens geniais, como o sonho no estilo surrealista de Salvador Dali, a angustiante travessia pelo asfalto da estrada e a dramática entrada de Rango no saloon, na qual o mísero réptil assume a estatura de um Dom Quixote. Podem levar as crianças, mas os cinéfilos vão amar esta sátira que tem o próprio cinema como alvo.
RANGO
Rango
Direção Gore Verbinski
Gênero Animação / faroeste / paródia
EUA - 2011
estreia 11 03 2011
COTAÇÃO
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B O M

terça-feira, 15 de março de 2011

“A Última Sessão do Cinema”: na despedida, o cine Belas Artes organiza uma sessão de gala

O Belas Artes anuncia para esta quinta-feira, dia 17 de março, o encerramento de suas atividades, após um ano de funcionamento sem patrocínio. Isto não significa o fim definitivo do Belas Artes: “Já estamos em busca de um novo endereço”, afirma André Sturm, sócio-proprietário e programador do cinema. Desde janeiro, André está em negociação com o proprietário do imóvel, sem chegar a um acordo em relação ao valor do aluguel. As últimas sessões do cinema de quinta-feira, das seis salas do Belas Artes, exibirão seis grandes clássicos da filmografia mundial, homenageando os fãs do cinema.
São eles:
No Tempo do Onça, que reúne os irmãos Marx e reis da comédia nos anos 1930 e 1940. Estrelado por Rudolph Valentino, O Águia, do diretor Clarence Brown, mostra a rebeldia de um soldado russo que é rejeitado por uma imperatriz. O filme italiano Queimada! é uma aventura histórica, que acontece numa ilha ficcional nas Caraíbas, que pertencia a Portugal. Inspirado na história do Haiti, o longa é protagonizado por Marlon Brando (foto acima)e dirigido por Gillo Pontecorvo. O Leopardo é um filme ao mesmo tempo histórico e pessoal de Luchino Visconti. Protagonizada por Burt Lancaster (foto acima)a história é ambientada nos anos 1860, quando a Itália vivia o "Risorgimento". Luchino era aristocrata de nascimento, mas comunista por convicção. O Joelho de Claire é um dos melhores trabalhos de Eric Rohmer . O melhor do filme são os diálogos e as paisagens do Lago de Annecy, próximo aos Alpes.Para finalizar, teremos Federico Fellini e sua A Doce Vida, filme vencedor da Palma de Ouro de 1960. Ambientado em Roma, Marcello Mastroiannia (foto abaixo)é um jornalista de origem humilde, que enfrenta uma crise de consciência por viver das fofocas da alta sociedade.

segunda-feira, 14 de março de 2011

S E R V I ÇO: os melhores lançamentos da primeira semana pós-carnaval

Passado o carnaval, a programação de cinema recupera o seu ritmo normalmente alucinado com o lançamento de 7 filmes, que é mais do que o mercado pode absorver. Indo direto mais os mais recomendados, temos EM UM MUNDO MELHOR da dinamarquesa Susanne Bier. O tema é a violência do ser humano, numa discussão que vai além das coordenadas culturais e econômicas. Assim, um dos protagonistas é um médico que trabalha em um campo de refugiados na África. Mas ele também vivencia um drama ligado à sua própria família, especificamente o filho de 11 anos e seus colegas de classe. Ganhou o Oscar de Melhor filme estrangeiro, mas no meu entender foi o melhor de toda a competição.
Há também o desenho animado RANGO, com direção de Gore Verbinski, que fez Os Piratas do Caribe. Rango é um camaleão que vai parar numa cidade do deserto infestada de bandidos. Trata-se de uma paródia muito engraçada aos filmes de faroeste e, talvez por isso, seja mais adequada para adultos do que para as crianças. Em seguida temos o drama brasileiro CORPOS CELESTES que tem como credencial o nome do diretor Marcos Jorge responsável pelo bem sucedido “Estômago” . O filme focaliza um astrônomo e seus problemas afetivos e terrenos.

"Restrepo": um documentário pretensamente verdadeiro sobre a guerra do Afeganistão

Muita gente ficou impressionada com “Restrepo”, este documentário sobre um agrupamento militar especialmente perigoso para os combatentes americanos na guerra do Afeganistão. Instalado no vale do Korengal, onde o acampamento era um alvo especialmente fácil, o grupo era acompanhado por um cinegrafista (Tim Hetherington) e um repórter (Sebastian Junger) que gravaram tudo o que acontecia. E aí é que mora a questão central: será que filmaram mesmo "tudo"? De fato, quem assiste na poltrona do cinema é capaz de partilhar com eles as sensações de medo e desespero, à espera que uma bala ou uma bomba possa acabar de vez com aquela angústia. Chegamos a sentir compaixão quando eles choram a perda de um companheiro. A impressão é que esses jovens soldados que só bebem cerveja e não usam drogas estão ali quase como mártires, ou cavalheiros armados que só se comunicam com os nativos com toda atenção e carinho. Ainda que sorriam para a câmara enquanto assam os bifes de uma vaca que pertencia a um nativo, antes de virar churrasco.
O gênero de documentário ao qual se filia o filme – que, aliás, concorreu ao Oscar e não ganhou − é o do "cinema-verdade", ou "cinema-direto" em que a câmara não interfere na ação e se limita a registrá-la de maneira imparcial. Mas não podemos esquecer o fato de que depois da filmagem vem a edição que seleciona o que interessa e, evidentemente, abandona qualquer passagem indesejável. Por isso é preciso ter cuidado com esse tipo de espetáculo cuja ambição é exprimir a realidade em sua pureza, mas que pode estar operando mais uma das inúmeras manipulações destinadas a justificar a guerra como solução para determinados problemas.
RESTREPO
Restrepo
EUA – 94 min. – 12 anos
Gênero: Documentário / guerra
estreia 11 03 2011
Distribuição Europa Filmes
Direção de Tim Hetherington e Sebastian Junger
COTAÇÃO:
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REGULAR

terça-feira, 8 de março de 2011

"Conexões entre Cinema e Moda": curso no Centro Universitário Belas Artes.


Eu e a Jô Souza vamos dar um curso de 20 horas sobre "As Conexões entre Cinema e Moda" no Centro Universitário Belas Artes. É um curso livre para interessados em entender melhor as ligações e a mútua interferência entre essas duas atividades. Como ilustração, escolhemos uma imagem do filme "Alice de Tim Burton", com o qual a figurinista Coleen Atwood ganhou o seu terceiro Oscar. Como exemplo de abordagem, apesar de seu caráter fantasioso e alucinado, veremos no curso algumas das centenas de desdobramentos mercadológicos que o filme obteve no universo da moda: desde a decoração de vitrines ao lançamento de modelos de roupas, acessórios e sapatos, passando por editoriais e "fashion shows" pelo mundo inteiro. Vamos contar a história resumida desse cruzamento estético e comercial do cinema contemporâneo com a moda. E, é claro, um breve levantamento histórico da moda contaminada pela "sétima arte", bem como das influências e inspira~ções que o próprio cinema recebeu da moda. Vamos mostrar trechos selecionados de diversos filmes que serão discutidos, como “Coco Antes de Chanel”, de Anne Fontaine (foto abaixo); “Zuzu Angel”, de Sergio Rezende; “A identidade de nós mesmos”, de Wim Wenders; “Histórias de Elle”, de David Teboul; “Maria Antonieta”, de Sofia Coppola; “A Tomada do Poder por Luiz XIV”, de Roberto Rossellini; “O Diabo Veste Prada”, de David Frankel; “Gomorra” de Matteo Garrone; “Doce Lar”, de Andy Tennant, entre muitos outros.
Mais informação você encontra no site da Belas Artes, neste link:
http://www.belasartes.br/cursoslivres/?pagina=curso&curso&codigo=410
Para entrar no link da Belas Artes, clique sobre o título desta matéria.

CICLO SEMIÓTICA, CINEMA E ESPAÇO URBANO


Pierluigi Cervelli é um especialista em semiótica e comunicação que vem da Itália especialmente para um ciclo de filmes e debates na PUC-SP que discutem o que o cinema nos diz das cidades, principalmente Roma, Nápoles e São Paulo. O evento consiste na exibição e dicussão de 8 filmes, com entrada gratuita e certificado.
Veja a agenda completa das atividades, com os horárioS e locais.
Basta clicar na cartela abaixo para vê-la ampliada, com mais detalhes.

S E R V I Ç O: as estréias (poucas e medianas) neste tempo de carnaval


Nesta semana de carnaval só vai valer ir ao cinema em função de dois dos 4 lançamentos: GNOMEU E JULIETA (acima), a versão do drama de Shakespeare para desenho animado e tendo como ambiente o mundo dos anões de jardim. Assim como os brinquedos de Toy Story, eles ganham vida quando os humanos saem de casa e atuam numa comédia que tem as gags típicas da animação clássica. Não é genial, mas dá pra levar a criançada.
E por falar em Shakespeare, o melhor filme da semana, aliás uma obra bem interessante, Trata-se de “Lope” (abaixo), um filme espanhol sobre Lope de Veja, que foi o Shakespeare da Espanha, lá no mesmo século XVI em que os dois poetas viveram. É dirigido por um brasileiro: o talentoso Andrucha Waddington, que fez “Casa de Areia”, um dos melhores filmes nacionais desta década.
O filme traz Sonia Braga e Selton Mello no papel de um nobre português, e desenha o dramaturgo como um jovem apaixonado num drama de aventura e muita ação, sem no entanto, desrespeitar a precisão histórica. As duas outras estréias são dispensáveis: ESPOSA DE MENTIRINHA, uma comédia romântica e boboca com Jennifer Aniston, Adam Sandler, Nicole Kidman. E VOVÓ...ZONA 3 – TAL PAI, TAL FILHO, um besteirol americano que eu não recomendaria nem pros inimigos.

Na PUC-SP: Como São Paulo, Roma, Nápoles e Cidade do México são vistos pelo cinema?

Oito filmes estrangeiros e brasileiros integram a exibição neste Ciclo de filmes e debates que tem o propósito de situar e discutir questões das grandes cidades com as suas práticas de vida e modos de presença dos seus habitantes no atual universo urbano. Os filmes selecionados para análise fornecerão elementos para um estudo mais amplo da presença da cidade de São Paulo no audiovisual. Trata-se de contextualizar as estruturações urbanas de certas cidades para nelas analisar a construção das noções de centro e periferia, de global e local, assim como de público e privado, além dos valores para estudo das experiências de vida. Nos filmes escolhidos, a cidade não é abordada apenas como cenário das experiências que aloca, mas também assume uma ação de sujeito, numa interação dramática com os habitantes.
Cada sessão será seguida de um debate com especialistas e com a participação de pesquisadores, universitários e curiosos que se interessam por esse temário da metrópole contemporânea.
Organização: Profa. Dra. Ana Claudia de Oliveira (PUC-SP: COS/CPS)
Convidados especiais:
Prof. Dr. PierLuigi Cervelli (Università Sapienza de Roma) e
Luciano Ramos (crítico cinematográfico, pesquisador do CPS e da UNICAMP: Multimeios).
Filmes do Ciclo: 10/03
"Gaviões e Passarinhos" (Uccellacci e uccellini - 1969), direção de Pier Paolo Pasolini.
Auditório 100
16/03 “Feios, sujos e malvados” (Brutti, Sporchi e cattivi -1976), direção de Ettore Scola. Auditório 134 C
18/03 “Gomorra” (Gomorrah - 2008), direção de Matteo Garrone.
Auditório 134 C
21/03 “A Zona do crime” (La Zona - 2007), direção de Rodrigo Plà.
Auditório 134 C
23/03 “Contra todos” (2005), direção de Roberto Moreira.
Auditório 134 C
24/03 “Não por acaso”, direção de Philippe Barcinski.
Auditório 100
25/03 “Os doze trabalhos”, direção de Ricardo Elias.
Auditório 134 C
30/03 “O signo da cidade” (2008), direção de Ricelli.
Auditório 134 C
Horário das 18hs à 22:30hs
Das 18hs às 20hs – Exibição do filme
Das 20hs às 20:30hs – intervalo
Das 20:30hs às 22:30hs – Intervenções e Debates
CENTRO DE PESQUISAS SOCIOSSEMIÓTICAS - CPS
Pontifícia Universidade Católica de São Paulo:
Pós-graduação em Comunicação e Semiótica
CICLO SEMÓTICA, CINEMA E ESPAÇO URBANO
Nos dias 10, 16, 18, 21, 23, 24, 25 e 30/03 - das 18:00 às 22:30 hs
A ATIVIDADE É GRATUITA, COM CERTIFICADO PARA OS INSCRITOS
email: sil.alencar@gmail.com