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sábado, 20 de março de 2010

“Um Sonho Possível”: filme mediano que deu a Sandra Bullock o Oscar de atriz

Sandra Bullock ganhou o Oscar 2010 de melhor atriz por seu trabalho em “Um Sonho Possível”, mas sua atuação no filme se mostra apenas correta. Quer dizer, sem nenhum virtuosismo artístico e nem grandes dificuldades para a caracterização de uma dona de casa do Misissipi, bem resolvida no casamento com um poderoso empresário e mãe de dois belos filhos. O dado de estranheza é que, quase por acaso, ela resolve adotar um adolescente negro, pobre e com dois mais de metros de altura que seu filho de oito anos conhecera na escola. E faz isso sem qualquer outra razão aparente, a não ser um impulso de desprendimento ou caridade cristã. Em pouco tempo, ela o ajuda a se transformar em jogador de futebol de grande sucesso. Aí sim temos uma explicação: esse é o lazer predileto da família.
Mas antes disso, desce do seu pedestal de classe dominante entra em contato direto como mundo dos marginais e excluídos da cidade, ao qual o rapaz pertencia. Para conseguir treiná-lo nessa modalidade tão agressiva de esporte, ele se lembrou do Touro Ferdinando, uma figura de desenho animado, cujo instinto de proteção superava a sua esperada tendência para a brutalidade animal. Com vemos, é um roteiro praticamente infantil, que procura salientar a importância da estabilidade familiar e mostrar que entre os caipiras abastados do sul, também se manifestam gestos de a solidariedade humana apesar das diferenças raciais.
A personagem é verdadeira, mas acaba se encaixando com o tipo ideal que o sistema espera de uma cidadã da elite americana, neste momento que já é tratado como o início da era Obama. Ou seja, não há mais lugar para a segregação racial, mas ainda sobra espaço para o velho populismo, tão bem explorado nos anos 1930 pelos filmes de Frank Capra. Há inclusive brincadeiras com a administração Bush e o preconceito sulista contra os partidários democratas. A socialite heroína, de resto se comporta como uma figura bíblica, sem contradições internas e inabalável em seus propósitos humanitários. Até quando é acusada pelo próprio enteado de tê-lo ajudado apenas por interesses ligados à política esportiva de seu estado. Vemos, então, que o único drama do filme vem de um falso conflito. Aliás, o maior interesse do filme é justamente esse: mostrar como funciona o esporte competitivo ligado às universidades nos EUA.

UM SONHO POSSÍVEL
The Blind Side
estreia 19 03 2010
EUA - 2009 – 128 min. - 10 anos
Gênero Drama /História
Distribuição Warner Bros.
Direção John Lee Hancock
Com Sandra Bullock, Tim McGraw,
Kathy Bates e Quinton Aaron

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