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segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

"O Dia em Que A Terra Parou" , refilmagem de um clássico pacifista dos anos 50


Em 1951, a primeira versão de O Dia em Que a Terra Parou fazia mais sentido, do ponto de vista político-cultural. O filme funcionava como um alerta à humanidade, ainda transtornada pela primeira utilização militar da bomba atômica ocorrida apenas 6 anos antes. Mas, nos dias de hoje aquele significado se perdeu porque, depois do fim da Guerra Fria, a Terra já parou várias vezes e não se resolveu nada. Parou com o 11 de setembro, com as catástrofes de Louisiana e de Santa Catarina, mas ficou tudo por isso mesmo. Sob a direção de Robert Wise, o célebre montador de O Cidadão Kane, um alienígena assume uma forma humana para tentar convencer os líderes mundiais a estabelecerem a paz em definitivo (foto no topo). Desembarca em Washington e recebe de volta a proverbial agressividade e o costumeiro preconceito dos humanos. A conclusão foi que a Terra precisava ser salva. Não para os humanos, mas dos humanos.


Como de hábito, na ficção científica tradicional, os extraterrestres eram antropomórficos. E isso nada tinha a ver com os baixos orçamentos, porque o mesmo procedimento vem acontecendo até nos filmes milionários de Steven Spielberg, como Contatos Imediatos e E.T. A raiz desse procedimento reside nas bases bíblicas da civilização judaico-cristã: muito antes do Espírito Santo se fazer homem, um anjo já recorrera à aparência humana para lutar fisicamente com Jacó. Aliás, essa luta se repete na refilmagem (estréia em 9/1/2009) com Keanu Reeves enfrentando um personagem do mesmo nome: o filho pequeno da cientista vivida por Jennifer Connelly − encarregada de provar que o ser humano merece mais uma chance (foto acima à esquerda). Em ambas as versões, não apenas o emissário das galáxias, como também o seu robô destruidor têm formato de gente, a não ser por uma janela que solta raios, colocada em lugar dos olhos. O roteiro desta adaptação dirigida por Scott Derrickson (O Exorcismo de Emily Rose - 2005) preserva a estrutura do original, mas as sublinha as três armas empregadas para demover o anjo exterminador de seus propósitos mortais: a música de Bach, a inteligência de um matemático e o amor de uma mulher por seu filho adotivo.


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