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segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

"Reis e Rainha" prova que o cinema francês continua vivo, saudável e criativo

O trabalho de de Arnaud Desplechin pode ser visto como uma síntese brilhante das contribuições deixadas por mestres como Godard, Truffaut e Rohmer. Seu cinema é rico em diálogos, mas também se mostra extremamente visual, num estilo que não privilegia as palavras e nem os gestos. Aqui ele conta uma história com dois protagonistas, vividos pelo elétrico Mathieu Amalric (na foto) e pela inefável Emmanuelle Devos. Ele um músico desequilibrado e encantador e ela uma mulher que parece inicialmente um anjo de candura e que, aos poucos, vai revelando a sua verdadeira face. Na verdade são duas histórias que se cruzam, tendo como denominador comum o filho que eles um dia tiveram. São tantas as reviravoltas e surpresas, que a narrativa parece querer se fragmentar a qualquer momento, transformando-se numa série de episódios ou curtas metragens. E cada um de um gênero diferente: tragédia grega, drama shakespeariano e até comédia musical. Mas gradativamente o leque vai se fechando e vamos absorvendo a obra de Desplechin em toda a sua envolvente unicidade temática e formal. Reis e Rainha (estreia 9/12/2005) é um filme sobre a grandeza e a insignificância da existência, sobre homens e mulheres que superam a si mesmos, na redenção ou no embrutecimento.

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